terça-feira, 17 de junho de 2014

Academia!

Dieta da vida.
(paródia de “Tocando em frente”- Almir Sater)
http://www.vagalume.com.br/almir-sater/tocando-em-frente.html

Como devagar porque já tive pressa.
E vou para academia, porque já engordei demais!
Hoje estou mais forte, mais filé quem sabe
E quando subo na balança, aí não caio para trás.
Como eu mudei!

Cuidar da postura, aumentar a carga
Malhar todo dia, e em qualquer lugar.
É preciso força para aquentar
E a disciplina para não parar
Não perder o foco e se concentrar.

Para os amigos digo que não é fácil
Muita ralação. Tem que ter atenção
Não pensar nos outros nem virar marombeiro
Tudo no seu tempo, e o resultado dá
Só não correr!

Cuidar da postura, aumentar a carga
Malhar todo dia, e em qualquer lugar.
É preciso força para aquentar
E a disciplina para não parar
Não perder o foco e se concentrar.

Como a vida melhora se você fazer
Nem vê o tempo passar, pronto para vencer.
Socializar também é muito bom. Não fique só em casa, senão vai mofar!
Como eu mudei!

Cuidar da postura, aumentar a carga
Malhar todo dia, e em qualquer lugar.
É preciso força para aquentar
E a disciplina para não parar
Não perder o foco e se concentrar.
   
Como devagar porque já tive pressa.
E vou para academia, porque já engordei demais!
Hoje estou mais forte, mais filé quem sabe
E quando subo na balança, aí não caio para trás.
Como eu mudei!

Cuidar da postura, aumentar a carga
Malhar todo dia, e em qualquer lugar.
É preciso força para aquentar
E a disciplina para não parar
Não perder o foco e se concentrar.  


Davi Dumont Farace.

17/06/2014

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pokemeloso

Pokelógica  
(paródia de “Tudo o que você quiser”- Luan Santana)
http://letras.mus.br/luan-santana/tudo-o-que-voce-quiser/

Cada dia, cada hora e eu neste mundo só
Não me canso das batalhas, mas tenho que voltar.
Pôr os pés no chão, sair da fantasia
Desse mundo onde o tempo não passa, e aí eu vou te amar...

Tem gente que faz as coisas sem pensar.
Que sonha um mundo inteiro só para voar!
Voa comigo, voa comigo

Chega de pensar, agora quero agir!
Quero acordar e te sentir aqui
Eu me mudaria pra viver com você!

Eu troco meu Squirtle pelo seu amor
Libero meu Zubat por um beijo seu
Despeço o Bibarel para andar com você
Eu troco o Mamoswine pra te ter comigo
Tudo que você quiser, no nosso destino
Te dou meu Pokemon.

Tem gente que faz as coisas sem pensar.
Que sonha um mundo inteiro só para voar!
Voa comigo, voa comigo

Chega de pensar, agora quero agir!
Quero acordar e te sentir aqui
Eu me mudaria pra viver com você!

Liberto o Charizard pra voar ao seu lado
Te dou minha Clefairy e também a lua
Protejo nossa vida com o Alakazam
Te sigo com o Aipom em todas as árvores
Tudo que você quiser, no nosso destino
Te dou meu Pokemon.

Eu luto com o Sneasel como um Blaziken
Sou forte como um Tauros ou talvez um Gólem
Lendário como um Moltres ou até Entei
Pequeno como um Seedot mas grande como Rayquaza
Tudo que você quiser, no nosso destino
Te dou meu Pokemon.

       
Davi Dumont Farace.
12/06/14

domingo, 8 de junho de 2014

Nada a comentar. Somente: Amor

O príncipe e a amazona.

     Galopadas ouviam-se ao longe enquanto ela perseguia um trecho ao lado de dois caminhos vazios. O cavalo, de pelagem escura e vistas completamente despertas iguais à sua domadora, era conduzido com foco através daquelas planícies, depois, é claro, de terem passado por alguns percalços pelo caminho. A princesa, uma bela e valente amazona, outrora tinha visto em sonho a alguém que dormia, logicamente previsível, na torre mais alta de um castelo. Por alguma ou outra razão teve consciência de que aquilo era real e resolveu arriscar. Em dormência atrás de grossas plantas com pontiagudos espinhos, ele talvez não se permitia andar por suas próprias pernas e vivia solitário, em um universo à parte que podia, por ele e quase exclusivamente por ele, ter sido criado . No início, provavelmente fôra ela quem sonhou com o cara; pois... como ele podia começar a história naquele estado? Quer queira quer não ele estava dormindo, inerte na cama e não podia fazer nada além de esperar. Porém, recentemente o rapaz de nossa história começou enfim a ter um pouco mais de consciência. E sua abstrativa mente poderia tê-lo ajudado, na medida do possível, a não perdê-la de vista. A princesa, se destacando no meio da multidão e mais concretista do que ele, não tinha medo do que podia enfrentar; talvez porque já tivesse lutado com dragões e feras muito maiores do que ela, em lugares onde o dormente príncipe provavelmente nem cogitava ir... Sobre isso, ela poderia ter parado com essas criaturas porque, ainda que fossem atrativos e cuspissem rajadas flamejantes por exemplo,  a garota se perdia em admirá-los demais, o que os dava chance para fazer de vítima uma cidade inteira, talvez, enquanto a pobre amazona ficava de refém. Buscando também uma aventura não tão perigosa mas não menos excitante (de certa forma, seria nova), achou melhor arriscar. Talvez aquela poderia ser a realidade esperada, ainda que em um primeiro momento não o fosse.
     Mas, por que aquilo somente estava acontecendo agora?  Ora, o príncipe da história já tinha passado a puberdade à muito. No entanto, o belo adormecido era pequeno ainda, não unicamente em seu tamanho, mas só tinha “acordado” para aquela vida agora. Antes, palavras e pokemon o ajudavam a preencher o tempo (contudo, mesmo com aquele novo concretismo se avizinhando, ele não buscava perder sua peculiar infantilidade). Tinha medo, medo de acabar a rotina. Medo de, assim como ela com os dragões e gigantes, entregar sua vida a uma pessoa estranha e esquecer-se de quem verdadeiramente era. Talvez seria difícil se reconstruir; talvez tinha que reconstruir-se de acordo com sua nova vida; talvez seria muito difícil... mudar. Não que ele não gostasse de mudança; as curtia até mais do que um homem poderia curtir, mas às vezes isso o atrapalhava. Quando se empolgava com uma coisa, deixava seu lado criança falar mais alto e..., é lógico que isso iria assustar qualquer pessoa alheia, a menos que essa criatura não fosse de carne e osso ou seus pais, por exemplo. Também nunca tinha ligado para aquilo no tempo certo; sua vida inteira podia ser anacrônica. Como, sei lá, um mago que gosta de brincar com o tempo, viajava mentalmente por todas as fazes da vida e não sentia-se todos os últimos 365 dias com 22 anos... Não, é claro que ele tinha suas crises existenciais de vez em quando e desejava estar junto de pessoas de sua idade. Porém, não falava todo o tempo sobre assuntos que pessoas de sua época se interessavam e isso o fazia ter mais amigos velhos do que jovens. Também, (isso não o incomodava muito antes, mas agora que o povo estava crescendo, ele estava na faculdade, indo mais para a academia e vendo todos aqueles marmanjos levantando trocentos quilos em cada exercício) não tinha um corpo assim de meninos de sua idade... Graças a Deus, estava se definindo agora, mas ainda era muito difícil ganhar massa muscular. Um cara que sempre (ou muitas das vezes) pensava demais antes de agir; uma pessoa que adorava escrever e reescrever seus contos várias vezes, recordando e imaginando coisas; esse era o príncipe.
     Enquanto o outro pensava e acreditava naquilo como outrora nunca tinha acreditado, ela corria por aqueles campos verdejantes como ninguém. O belo adormecido não queria chamá-la de “heroína” ainda, porque presumia estar muito cedo; ainda que ela o tirasse daquela torre e vivesse toda uma odisseia ao lado dele. Podia ser, assim como podia só ser uma história mesmo. E, como histórias, podiam ter bruxas, aventuras incríveis, peripécias... podia até ser trocada ou apagada e voltar de novo graças à um beijo do amor verdadeiro. Então será que ele, em forma humana que estava, viraria um sapo no final da história? Ou o sapo-humano podia virar um príncipe de verdade pelo beijo de princesa? Preferia ele a segunda opção.
     Correndo pelas passadas do cavalo assim como o destino de ambos era ou quem sabe fôra já traçado, nenhum nome ou coisa a respeito dela o vinha em mente. É claro que imaginava, e, como agora sentia que não estava tão “fissurado” em estudos e podia pensar mais em outros assuntos, ficava horas a imaginar. Imaginava ao ponto de escrever, escrevia ao ponto de sentir. ... Certa vez, alguém o falou que ele tinha que “saber pedir”. Pedir com mais foco, com mais desejo, visualizando todas ou boa parte das características da pessoa que queria ao lado. ... Pensando nisso, ele imaginou sei lá, uma loura arquiteta, mas isso foi mais zoação do que realmente desejo. Seria bom se ela fosse tipo assim um pouco muito diferente do que ele em algumas coisas; porque assim ela o poderia mudar assim como ele a mudaria, (para ambos encontrarem a medida das coisas, pensava ele). Se ela fosse mais “pra frente”, mais “de sair”, falasse o que viesse à cabeça e não fosse muito influenciada pela sociedade... aí seria bom demais. E podia realmente ser assim, afinal de contas ela era uma amazona, uma guerreira que não tinha medo de aventuras e possivelmente já teria vivido até muito mais do que ele. Se ela fosse mais “da noite” do que “da manhã”, com certeza isso acordaria o príncipe e o soltaria mais para a vida. Se sua princesa gostasse de coisas diferentes, o ex-belo adormecido poderia surpreendê-la com suas histórias e seu jeito “nunca único” de viver a vida. 
     Geralmente, homem é mais de físico do que mulher, pensava ele em momentos de consciência, mas nessa história parecia diferente. Ele, lembrando entre risadas da loura arquiteta (que imaginou entre risadinhas bobas e tolas também), não conseguia imaginar a figura, ainda que pudesse rascunhar a alma. Isso foi meio RPG de falar, mas quando disse “alma”, queria dizer “qualidades e defeitos”; só para ser um pouco mais poético e pensar que tinha poderes, dois hobbies que pareciam essências à sua vida. Ainda sobre isso, nunca ligou tanto para aparências. Para ele, o que existia de mais bonito e duradouro era o interior, não o exterior.
     Porém, as horas se tornavam dias e ele achou mais prudente se distrair com outras coisas, talvez com jogos e estudos ou não falar tanto nela. Nesse intervalo, pensava alto ou então falava com Deus mesmo sem perceber. Tentava se distrair porque, embora ainda se sentisse na torre, um tempo atrás começou a querer sair por conta própria e confundiu-se pelo caminho; caindo sempre em alguma de suas primeiras armadilhas. Agora não sabendo o que fazer, fechou os olhos e escutou, pois assim lhe aclarariam mais as ideias.
     Circunspecto em sono, pôde sentir um espelho à sua frente; talvez até já o tivesse examinado, e ele ainda continuava lá, como se outrora já se tivesse mexido. Em verdade, aquele era um objeto (criado per ele, talvez) que captava todos os medos e anseios do príncipe sobre aquilo, e os convergia em uma só pessoa. Devia ter alguma relação...
     Eles, enfim, estavam na direção certa do castelo. Não fosse o dormente criando inconscientes barreiras e obstáculos para os dois, a amazona chegaria mais rápido.
     - Princesa, boa tarde. – um forte cavaleiro ajoelha-se ao lado de uma árvore e diz o nome. – Sou amigo daquele que procuras. Nós dois estudamos juntos nos tempos de colégio e a muito não o vejo também. Ele me enviou até vós, e se queres encontrá-lo, estás no caminho certo.
     A amazona riu e, com um pouco de desdém, fez sinal para o cavaleiro a seguir com seu cavalo também de pelagem escura. Ao percorrerem cenários cheios de vegetação e pedras, porém vazios de pessoas, o amigo de infância do príncipe contava para a guerreira qualidades e defeitos daquele que dormia, enquanto observava com minúcia qualquer movimento pelo caminho, pois a partir de agora poderiam estar sendo seguidos.
     Na torre, o espelho mirava o belo adormecido, contudo não refletia seu reflexo. A imagem, meio que presa por entre o vidro, era de uma senhora alta com um longo vestido azul escuro. Já que aquilo tudo era um peculiar conto de fadas, podia deduzir sobre aquela figura. Pelo menos ela não falava, somente o olhava com aqueles paralisantes olhos verdes e sua reluzente coroa prateada.
     Estavam em perigo! Não só o príncipe e a amazona, como também o cavaleiro que a acompanhava e talvez as outras pessoas do reino. Desesperado como era, (ainda que aquela malévola figura estivesse lá todo o tempo, ele não podia perder agora que faltava tão pouco), o adormecido criou, mesmo sem tanta consciência, um pequeno e peculiar bicho do sonho, que podia entrar na mente de todos sem encontrar alguma dificuldade.  O plano era o seguinte: O animal ficar alocado na mente da amazona até a fatídica hora em que a madrasta também entrasse. Usando seu poder de "viajar" por entre atmosferas, ele voltaria ao plano material e assim sugaria a madrasta para lutarem normalmente ao ar livre, já que tinha também um poder que os "forçava" a batalhar obrigando a vítima a sempre olhá-lo nos olhos... E então seriam dois contra uma. O príncipe se privou de falar mais pois aquele espelho o poderia ouvir.
     - Então princesa, vai gostar de conhecer meu amigo. Ele é um pouco diferente, mas bem legal de conviver. - o cavaleiro falou e logo depois avistaram uma placa que apontava para duas direções que depois de muito andar se cruzariam novamente. Uma dava acesso à uma floresta e a outra à uma ponte de madeira, com uma calma cachoeira depois.
     A amazona, ainda com uma cara de deboche, tomou a frete e foi para o lado da ponte, pois estava cansada de tanto andar e seu cavalo precisava também de irrigar suas patas. Ela era rápida e, quando o cavaleiro a avistou, a princesa já estava no meio da ponte caminhando para o final, enquanto o amigo do belo adormecido ainda se encontrava no meio da bifurcação. Uma rajada de vento contou a passagem, e ela novamente estava sozinha.
     Como não era do gene dela parar e procurar outra saída sem terminar aquilo que tinha começado, mergulhou-se na cachoeira e espaireceu melhor as ideias. O fiel e corajoso escudeiro do príncipe ainda estava lá, sentado e sempre alerta, mas somente o que via eram névoas que avisavam o tempo frio que se avizinhava. Também, era longo o caminho de volta e a princesa, agora distanciando um pouco do belo, caiu em dormência e assim se passaram três dias.
     Ainda no castelo, o príncipe teve de ter extrema cautela para não deixar com que tudo fosse por água à baixo. Devia ter "criado" um monstro que me impedisse de pensar tanto nela, falava o adormecido naquela espera sem fim. Como ela está agora? Será que ela morreu, não existe mais ou tudo foi só invenção de minha mente?! Acorda, Davi! Ele alternava os olhos e observava ora à ela dormindo na cachoeira, ora o espelho que finalmente agora refletia a imagem dele que chorava, mas nunca mais fitava o vazio. Correto, ele podia ser diferente e sair mais "pra caçar", igual aos outros meninos de sua espécie. Porém, ainda que a vontade fosse cada vez maior de uns tempos pra cá, não sabia com tranquilidade fazer aquilo e já estava velho. Isso é, com 22 anos.      
     No exterior, a amazona acorda aflitamente e, percebendo que já se passou muito tempo, apanha apressadamente suas roupas e sai em busca do cavaleiro. Ele ainda vigila a estrada e o máximo que fez até o momento foi tirar leves cochilos, porém, o inimigo passa sem ser visto por entre aquela névoa e se reflete no espelho da cachoeira.
     (...)
     Sinceramente o adormecido não tinha cogitado aquilo, e devia ter sido por isso que deu tão certo. Com um golpe certeiro de espada, a amazona matou a madrasta, e esta por sua vez matou o "bicho" do sonho que a sugou para fora, assim como o príncipe outrora tinha pensado. O cavaleiro, que depois de um tempo viu uma silhueta feminina chegar, correu ao seu encontro e os dois continuaram, enfim, o caminho.
     - Por favor, vá na frente e cuidado onde pisa! A madrasta não vive mais mas podem existir armadilhas. - a princesa falou ao chegarem à grande porta do reino e parou, coisa que habitualmente não fazia, por um breve instante a observar a paisagem.
     As pessoas da vila eram educadas e igual ao príncipe, almejavam que aquela antiga e estranha torre, que fôra transportada para o reino não se sabia quando, fosse enfim destruída. Contudo por medo, aqueles moradores nunca ousaram entrar na construção; e os que tentavam eram impedidos graças à uma magia ou artimanha da própria torre.
     Ela cortou as grossas e espinhosas plantas que cercavam a vila e as mesmas não cresceram de volta, pois a madrasta não podia mais ordenar para que crescessem. Esquivando de obstáculos e guiados por uma coisa invisível que os puxava, pois a amazona agora sentia que "sua recompensa" estava perto, rompeu as madeiras da correta porta e chegou ao seu destino. O príncipe moreno-claro e de olhos castanhos dormia sorridente à sua frente.
     Como sempre com cautela (eles eram mais calmos que o aflito príncipe), ambos percorreram com minúcia o salão em formato oval e cruzaram seus olhares no espelho que já não os observava. Vaidosa, a princesa fitou o objeto e aprumou seu longo cabelo. Depois de um longo e esperado beijo romântico, ele enfim acordou.
     Alertados pelo cavaleiro, os dois que agora estavam finalmente juntos pularam para algum canto seguro pois a torre estava desmoronando-se. Contudo, deu tempo suficiente para os três se ajeitarem e para o fiel amigo do príncipe os protegê-los com seu escudo ainda não usado.
     Ele ficou maravilhado ao ver que o cavalo de sua guerreira era, na verdade, um hipogrifo. Antes de escaparem, o grupo encheu-se de coragem e juntos quebraram o espelho para o mal que se escondia lá nunca mais voltar. Entre palmas e urros de viva, as pessoas da vila atônitas correram para ver os três valentes que desciam.
     A festa no povoado durou três dias e o então casal prosseguiu em viagem.



Belo Adormecido
Manhã do dia 4/10/2013 – mas comecei a matutar sobre isso antes.
     

                                  - quase 12:30 de um 2/6/2014