segunda-feira, 23 de maio de 2011

Para ler em dias com tempo.

Poderia...
   Tempo... amargo e doce tempo.  Caminhos longos e às vezes cheios de curvas, viadutos, atalhos que fazemos para um dia chegarmos à uma porta, na qual temos que saber se pegamos a chave certa para abrir. Esperanças ora profundas, ora sem sentido algum aparente. Pensamos... Agora, o que fazer? “Deveras”, nos perguntamos sem obter nenhuma resposta satisfatória. Silêncio, o silêncio dos outros nos diz para continuarmos nessa luta. Luta? Sim, não precisa ser bem um confronto épico entre a medusa e o dragão, mas sim entre nossas próprias escolhas sobre o “yin” e o “yang”.
    Mas como saber se estamos desenhando com perfeição nesse caderno? No inicio, eram somente rabiscos sem nexo, mas depois tivemos, sei que tivemos alguém que pegou em nossas mãos e nos ensinou a continuar.
    - Poderia escolher trilhar esse cominho, porém acho que o outro será melhor...
    Nos deparamos com escolhas nas quais temos que decidir entre o que é certo e o que é fácil, e alguns infelizmente optam pelo atalho. Guerras, meras discussões, abalos irreparáveis na superfície terrestre... e tudo por quê? Admito que os programas sociais, trabalhos voluntários e até propagandas de conscientização nos ajudam nesta batalha de todos os dias; deveras, receio que ainda são poucas essas vozes em comparação com outras que somente visam o hoje, o momento, o lucro e se esquecem do amanhã. E qual será o futuro que deixaremos para eles (as)?
    Acho que o momento é auspicioso para refletirmos também nossas atitudes frente ao grande “tema” do ano passado que fora noticiado em várias mídias. Porém, realmente receio que alguns já se esqueceram ou até mesmo não fazem questão de saber. A meu ver; todos os anos deveriam ser “internacionais”. Por que somente agora deveras, em 2.011, foi colocada em prática a lei que proíbe sacolas plásticas? Será que é mesmo uma preocupação com o planeta ou apenas mais uma jogada financeira?
    Não espero converter essas palavras em um grande sermão religioso, somente desejo em meu íntimo que elas sejam lidas e colocadas em prática. O mundo precisa sempre de pessoas assim, que celebram todo dia a graça de estarem vivas e transformam o planeta em um lugar melhor; pois assim elas contribuem, mesmo sem perceber, para aumentar nossos sonhos e vontades; ajudam-nos a caminhar, seguir e transpor novos horizontes ainda muito mais belos e com mais visão do espaço; do cosmo; do olhar pra frente.
    Também acho que estou eu me distanciando gradualmente da minha dissertação sobre “O confronto épico de cada um” ou qualquer coisa parecida. Deveras creio que tinha que fazê-lo assim. Se não o fizesse, quem o faria? Se todos somos diferentes, e essa é uma das verdades que não podemos encontrar em livros de escola, nas páginas dos artigos de Filosofia talvez,... temos caminhos diferentes, escolhas diferentes... Somos únicos!
     Ah que chatice! (podemos assim pensar) “-Por que irei me preocupar com isso agora? Sou novo ainda e tenho muita vida pela frente!” Desconfio que temos sim, mas, ao passo que vamos vivendo somos tomados (as vezes pegos até de surpresa) por aquelas figuras que dividem o nosso ser. No movimentado mundo no qual hoje vivemos não ouvimos somente papai e mamãe dizendo ora “-Sim” ora “-Não” para nossas indagações; temos também a companhia da mídia, dos amigos, do dinheiro, enfim, dos outros “amigos” e pessoas que por ventura venham a fazer parte do nosso convívio. Confesso que sorrio quando gasto horas dos meus dias pensando nessas filosofias, sei que poderia então deixá-las de lado junto a Descartes ou Montesquieu; todavia minha alma anseia apaixonadamente por esse universo, no qual estou buscando o meu melhor.
      Há algum tempo atrás as crianças se vestiam como tais; brincavam como tais. Hoje, receio que muitas delas já começaram a trocar (precocemente) a juventude e o laçinho no cabelo pelo relógio e o terno do papai. Há, os tempos de hoje são outros... Repito, alguns já fizeram de suas vidas meros jogos de tabuleiro, no qual quem dita as regras são as drogas; a bebida; o ter; os prazeres . Eles (as) vivem à procura da felicidade; infelizmente ela não pode ser “comprada” em qualquer esquina. Acredito eu que deveras, esteja presente no convívio e nas relações humanas, contudo relembrando o filmezinho do “pássaro azul”, jamais alguém pode possuí-la.
      Sou uma pessoa que coloca muito e às vezes pensa em colocar a palavra “deveras” em meus textos. É certo que o significado deste curioso advérbio quer dizer “na verdade”, “verdadeiramente”, “realmente”. Contudo, poderíamos pensar também que aquelas letras que formam essa combinação podem servir tanto para expressar ironia quanto para substituir uma expressão inteira de felicidade... penso que poderia ser de outro jeito, porém deveras escolhi que fosse assim. Será mesmo? Vesdera, até que ponto do caminho o “eu” deixa de ser somente o “mim” e passa a ser o “nós”... e isso não foi um pergunta. Pensamos que juntos seremos todos mais fortes do que se estivermos a sós; desconfio que ficar por um tempo sozinho seja até melhor para (como é a palavra?) espairecer as ideias; porém, a solidão talvez seja a pior forma de se resolver o que temos de resolver sozinhos. Graças a Deus temos vocês!
     Poderia fazer dessas novas palavras que são incrustadas aqui um emaranhado de perguntas e frases sem sentido... mas isso não seria bom e nem sensato de minha parte. Posso, não sei deixar essa tarefa ainda para os psicólogos e psicólogas. Tenho medo de que se estivesse hoje deitado em um divã, eles iriam-me falar que tenho complexo de inferioridade; faço perguntas demais e, sareved, uma grande parte é somente eu que posso encontrar as respostas; então sinto-me tomado pela famosa frase que outrora disse William Shakespeare “-Ser ou não ser?”
     Somente temos pressa de viver... desejamos ansiosamente pelo amanhã que construímos hoje. Sobre o “yin” e o “yang” deveras, desconfio que eles possam ser as chaves certas que procurávamos ontem. Será?
    
    
      Davi Dumont Farace.     Começo: 16/05/2.011    Final: 21/05/2.011

Um comentário:

  1. We are looking so much forward to tomorrow because we know for sure that on a certain day there won't be tomorrow.
    Unfortunately we forget to enjoy today.

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