Pássaro livre.
Dias passam e o pássaro continua na gaiola
sozinho, indefeso e sem olhar a luz do dia...
Os piares dos outros o chamam em uma revoada que parece não ter fim
mas ele se reserva em ficar no seu canto;
confortável, triste... e apenas com alguns alpistes.
Porque a menina não abre a gaiola?
Será que ela tem medo de perder o tão amado bichinho?
Ou...
será que ele tem medo de deixar a tão cuidadosa menina?
A luz caminha devagar entre os poleiros escuros
aos poucos, vai preenchendo aquela gaiola empoeirada...
mas o pássaro, assim como um morcego, se reluta em permanecer no canto ainda não agraciado pela luz.
Pois lá ele se sente mais seguro; reinventando a beleza do sol...
enquanto bebe um pouco de água fresca.
Dias passam e pássaro continua lá dentro.
Ansioso por fazer seu coração bater em rasante...
contudo, com receio de que um gavião o peque em um lento instante...
Caem folhas, a chuva vai aos poucos molhando a terra
e o pássaro finalmente está a bicar a gaiola!...!
Como era bom sentir, mais uma vez, aquele ar puro em seus pulmões;
como era prazeroso correr e olhar o vento, assoviando em suas costas e se fazendo mais forte a cada rajada;
como era divertido e relaxante vislumbrar a beleza do cosmo.
Como era, ... pelo menos até...
ele voltar.
Davi Dumont Farace.
26/01/2012.
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