Vida frenética.

Como será?

   As pessoas do mundo moderno têm pressa. Presumo que não tivemos o mesmo tempo de brincar despreocupadamente nas ruas como na infância de nossos pais; os momentos lúdicos e de convívio com o outro foram descaradamente substituídos por períodos de, digamos, uma amizade-melindrosa com “pessoas virtuais” proporcionados pela crescente expansão da tecnologia. Sim, creio que ela está cada dia mais estendendo sua mão digital e governando rapidamente nossa vida; as cartas de ontem são os e-mails de hoje que poderão ser as mensagens holográficas do amanhã...  Não podemos “perder” muito tempo para sequer olhar o próximo.

   Porém ainda existem indivíduos no mundo que pensam diferente; pessoas que não deixam o turbilhão de coisas e afazeres afetarem o precioso tempo de sua recreação. Em meio a tanta correria devido ao capitalismo; (“senhor” de nossa época); em meio a tanta desigualdade; preconceito; discórdia; também vivem seres que conseguem reconhecer que isso não pode esmagar as relações sociais. Humanos que trabalham para tentar mudar esta realidade e que “param no tempo” para brincar com a vida e jamais perder aquele olhar doce e puro de criança. Parabéns a estas pessoas!

   Como seria bom se todos estivessem mais ligados para escutar o som do coração que nos chama a cada momento...  Infelizmente, creio que isso seja somente uma utopia de poucos frente aos muitos que já, agora sim, pararam no tempo. Quantas vezes já fomos convidados para palestras ou até mesmo momentos de “aulas de filosofia” em que o tema era justamente a correria da vida, ou algo assim? E quantos aceitam de alma aberta essa empreitada? Se todos fizessem direito a lição de casa não “perderíamos” tempo com guerras, fome, ou miséria...

   Vamos olhar com mais humanidade para a vida; prestar a devida atenção nas pessoas. Acho que um fato auspicioso para ser lembrado aqui é a copa do mundo na África em 2.010; um evento grandioso que direcionou vários olhares para um só continente, dias de glória para os nossos “ex-escravos”...  Contudo, a copa das confederações já acabou faz tempo e receio que não vejo mais tanta gente preocupada com o país que é um dos mais pobres do mundo; o “This time for África” terminou. Esse, deveras, é mais um dos muitos exemplos que temos de individualismo; alguns aproximam das pessoas não para vê-las, mas sim porque necessitam das mesmas para algo... E no caso África 2.010 receio que foi somente pela paixão por futebol.

   Pelo sim pelo não, não quero que pensem que este é só um texto sentimental ou uma nova lorota da cabeça de um jovem que optou por fazer Letras na faculdade; espero que essas palavras que são colocadas no papel possam tocar e retocar diferentes pessoas e possamos todos juntos mudar o presente para vivermos em um futuro melhor!

Davi Dumont Farace.                         15/03/2.011