sábado, 24 de setembro de 2011

Tentativa de resumo.

(resumo de textos)

“Gêneros textuais no espaço extra-escolar e na sala de aula” e “Gêneros textuais e ensino”

   Segundo Beth Marcuschi e Maria da Graça Costa Val, para produzir um texto devemos levar em consideração diversos fatores, tais como o público alvo, o assunto a ser abordado, o contexto social da época e a imagem do próprio autor a ser transmitida para o leitor. Estes pressupostos teóricos são reafirmados no livro “gêneros textuais e ensino” (MACHADO, Anna Rachel; “Gêneros textuais e ensino”; quinta edição).
   Seguindo este mesmo parâmetro, podemos chegar à conclusão de que existem diversos gêneros textuais e a escolha dos mesmos, “não é uma atividade subjetiva”, tal como está descrito em “Gêneros textuais no espaço extra-escolar e na sala de aula”. Podemos observar que Machado retoma o tema ao citar o linguista russo Mikhail Mikhailovich Bakhtin. Não há como, em qualquer situação de fala, não se ter evidências de um ou mais gêneros textuais específicos ou que comunguem entre si. Em um assassinato presenciado por cinco testemunhas diferentes, por exemplo, o delegado deverá analisar o defunto e descrever detalhadamente a cena do crime. Já a oralidade nessa situação pode ser embutida de vários gêneros, tais como “troca de desaforos e intrigas” ou “discussões prévias sobre quem possivelmente tem mais direito à herança”. Tal fato não se enquadraria em um cântico para uma missa, nem para um show de axé. Similares exemplos são colocados em “Gêneros textuais no espaço extra-escolar e na sala de aula”
   O estilo do texto produzido é definido a partir do conhecimento de mundo que o próprio autor adquire ao longo da vida, reafirmando os pressupostos de Marcuschi, Machado e Costa Val, de que para se escrever é necessário ter em mente o público alvo, assunto, contexto e imagem.
   Ainda levando em consideração estas duas obras, podemos repensar sobre o modelo de educação brasileiro. Embora existam escolas preocupadas com o ensino, bem como as relações professor e aluno, esse sistema carece de pessoas que levam o estudante a “pensar” e “refletir” sobre os vários aspectos da vida. Nas aulas de Português em que há a redação, como exemplo do texto de Costa Val e Marcuschi, alguns alunos se dedicam ao trabalho de redigir somente levando-se em conta um único “destinatário” que irá corrigir o texto, no caso o professor. Devemos sempre ter em mente que a escrita de redação possibilita uma gama de conteúdos, estruturas, estilos próprios de linguagem e até o tamanho dedicado a obra final. Em outras palavras, estes alunos recebem o peixe; contudo não são motivados ou ensinados a pescar.
   Seguindo esta mesma linha de raciocínio, podemos eleger como ponto de partida as idéias do psicólogo suíço Bernard Schneuwly em que, na sala de aula o gênero amplo se transforma em gênero a ser ensinado. Ou seja, a escola aborda textos exclusivamente em seus aspectos formais; tenta colocar os vários gêneros em diferentes e imutáveis “pacotinhos” como normas únicas a serem seguidas. E é justamente por esse viés, que Machado afirma em seu texto que a noção de gênero é diferente do entendimento que se deve ter de tipos. O primeiro é de difícil descrição precisa, não se pauta em uma única norma (visto que existem hoje textos que possibilitam uma maior liberdade de produtor, como um blog ou um diário); já o segundo caracteriza-se por ser mais padronizado (por exemplo, o tipo carta requer modelos pré-estabelecidos de data, local, vocativo...)
   Concluindo, o estudo de gêneros pode contribuir para que o estudante consiga produzir obras escritas cada vez mais perspicazes e habilidosas, levando em consideração aspectos como lugar, público e objetivo do texto.




Davi Dumont Farace.   24/09/2.011

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